MONTANHA

ago 2015

Ali no baixio do Viaduto Libertas, onde havia um canteiro com terra, na curva forçada da rua Jaceguey, atrás de uma das pilastras de sustentação do viaduto que barrava minimamente o constante som dos carros; a potência da quietude, da contemplação.

O desenho da Montanha, dançava com as linhas do próprio viaduto, com a pilastra e com a curva do terreno, imposta pela curva da rua Jaceguey. Essa curva não existia originalmente, a rua Jaceguay seguia em linha reta, foi durante a construção do viaduto que ela foi forçada a fazer esse desvio para se conectar com a rua 14 de Julho.

Aproveitamos um amontoado de blocos de concreto que a CET havia despejado dias antes na parte aberta do baixo, lá do outro lado da rua Major Diogo, para com eles estruturar uma elevação suave, que prolongava o canteiro de terra já existente e criava três níveis de elevação. Aproveitamos também cacos de cerâmica de tijolos quebrados durante uma performance do Coletivo Cartográfico, para junto de uma tonelada de terra preta, dar volume à Montanha.

Essa construção foi apropriada pelo Bahia e outros, que estavam morando ali no baixo na época, para plantar alimentos de subsistência.

O projeto foi desenvolvido junto da segunda dentição da Universidade Antropófaga e a execução conduzida pelo André, que apareceu por lá e espontaneamente ofereceu ajuda.

https://www.flickr.com/photos/188038944@N08

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