DISSEMINÁRIO
[Guilherme Wisnik]

SEMINÁRIO s.m. 1. instituição de formação para o sacerdócio 2. congresso científico ou cultural 3. exposição e debate promovidos por um grupo de alunos, sobre um determinado tema SEMINAL adj.2g. relativo ao que produz sêmen SÊMEN s.m. esperma SEMENTE s.f. 1. parte do fruto responsável pela reprodução do vegetal 2. germe; origem DISSEMINAR v. trans. e pron. (mod. 1) 1. espalhar(-se) 2. divulgar(-se) 1 DEZ | O Mundo: Obsolescência Programada baixio do Viaduto 17 NOV | R. Smithson Y Gordon Matta-Clark Apartamento Associação Parque Minhocão 27 OUT | Lina Bo Bardi terreno Teat(r)o OficinaOficina Cultural Oswald de Andrade

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Nomeamos de Mestre-de-Obras no TERREYRO COREOGRÁFICO aquele que trilha caminho preciso já maturado pelo tempo de caminhada. Convidamos Guilherme Wisnik, que atua no mundo como professor, crítico, curador, pesquisador, letrista, na encruzilhada entre a Arquitetura e as Artes Visuais, para conduzir quatro encontros a DISSEMINAR ideias, reflexões, pensamentos, referências, contradições dessa época que se nomeou contemporânea, tendo por portais algumas figuras chave que desvelam em seu fazer as mais profundas contradições desse mundo produzido para não durar - Lina Bo Bardi, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Robert Smithson, Gordon Matta Clark e por fim a ideia de Obsolescência Programada. Cada encontro foi pensado enquanto uma singela coreografia a partir da relação com o LUGAR. Para cada encontro propusemos um LUGAR diferente que desvelasse as questões que seriam DISSEMINADAS pelo Mestre-de-Obras. Não ilustrá-las ou representá-las, mas experienciá-las, experienciar as contradições em jogo, pois a experiência já é pensamento. O primeiro encontro Guilherme nos propôs iniciarmos o DISSEMINÁRIO com a 'arquiteto' Lina Bo Bardi. Nada mais preciso! Já que ela quem melhor figura a encruzilhada entre o TERREYRO COREOGRÁFICO, o Teat(r)o Oficina e as pesquisas do próprio Guilherme. Lina elo de ligação! Escolhemos para esse primeiro encontro a tenda do Nick Bar que acolhe o público antes e depois das peças do Teat(r)o Oficina, montada no terreno em torno do teatro, onde a Lina projetava construir o Teatro de Estádio que fará a abertura de caminho para o Anhangabaú da Feliz Cidade. Terreno privado de interesse público que condensa as contradições do modelo de crescimento urbano das cidades modernas com camadas e mais camadas de história, desde os escombros das casas demolidas pelo Grupo Silvio Santos, incluindo uma das primeiras sinagogas de Sampã, que continuam ali compondo camada densa de 80cm compactados de entulho, a imponente presença de um sambaqui (montanha-cemitério) urbano, até a re-existência desse Teat(r)o que pulsa os principais movimentos artísticos da história do Brasil, da Antropofagia Oswaldiana, passando pela Tropicália, que devorou a Bossa Nova e o Rock, sem falarmos de todo diálogo com a história do Teatro e do Brasil, e de uma arquitetura totalmente conectada com o fazer teatral. Um prédio tombado que traz em seu corpo toda essa memória que já foi materializada por Flávio Império, Lina Bardi, Edson Elito. Um terreno vazio que abraça a história da arte brasileira. Onde se especulam shoppings, torres residenciais. Os participantes atravessavam a rua Lina Bardi, chegavam no terreno onde estava a tenda, recebidos por frutas e chás da estação.