MESA METAESQUEMA BRUTALISTA

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As Mitológicas dão nome à publicação das elaborações dos primeiros dois anos de trabalho do Terreyro Coreográfico, de 2014 a 2016.

Quatorze artistas que estruturaram, alimentaram e devoraram o Terreyro durante sua primeira idade – ecoando também outros saberes, outros tempos, vozes de um coro antigo, sempre vivo – publicam sua versão mítica desse trabalho. Assim, a publicação chega não como voz única, monólogo, versão definitiva e negociada, mas como subversões, numa polifonia de vozes que se comentam, se dizem, se comem, se contradizem, se interpretam, se incorporam.

O Terreyro Coreográfico devora o mito, como expressão anacrônica do acontecimento. Versão dançante, que dribla a interpretação universalizante da vida, que goza metamorfoses ao passar de boca em boca e ao ser recantado na mesma boca. O mito como narrativa não linear, sem origem ou destino, ainda que fale justamente sobre origens e destinos. O mito que é sempre versão de outro mito e se desdobra ainda em tantos outros mitos.

Os mitos aqui grafados tomam diferentes formas que manifestam quatorze diferentes aproximações do acontecimento Terreyro: um testemunho do nascimento do Terreyro a partir da prática da Coisa Coreográfica, por Daniel Fagus Kairoz; um gesto-manifesto escrito sobre as plantas de fundação do baixo do viaduto por Rodrigo Andreolli; uma composição de fragmentos de 583 emails escolhidos para fiar uma imagem de tempo, intercalado por cinco sonhos, de Maíra Silvestre; uma deriva sonora orquestrada em uma polifonia de vozes em conversas, reuniões, aulas, leituras, danças e ritos, por Fernanda Vinhas; um poema narrativo a partir de fotografias, memórias e pensamentos nascidos no baixo do viaduto, por Luanda Vannuchi; uma ação-rito-poema sobre a desinvenção da fala e o florescer de outros sentidos proposto por Catarina Duncan; um hidrocosmograma das YY (águas) que brotam das terras do Bixiga, desenhos voodoos que convocam as forças dos YYAKÃ (rios), por Clarissa Mor; um escrito cruzando os impulsos que correm entre o sonho e o batismo escrito por Carolina Castanho; doze movimentos do invisível e da antropofagia na arquitetura e no urbanismo, por Marília Gallmeister; pequenos textos em torno de uma constelação, por Marion Hesser; onze travessias contadas em pequenas histórias, por Bárbara Malavoglia; fragmentos de uma trilha ancestrofuturista em forma de texto, percorrendo as florestas do Terreyro, traçados por Fernando Gregório; o pensamento coreográfico elaborado em ensaio, por Andreia Yonashiro; fluxo e jorro das contradições do que é o pensamento arquitetônico de uma cidade desconectada do sagrado, de Carila Matzenbacher.

As Mitológicas são um convite à devoração. Amplificação dos gestos do Terreyro Coreográfico para que continuem ecoando e reverberando. Eis seu desígnio e seu destino: abrir caminhos! Ao público o que é público!

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